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Auschwitz, o maior campo de concentração nazista da história

Atenção! Prepare-se para ler relatos fortes. As fotos e as histórias vão chocar!


Relutei muito para escrever esse post, mas como foi dito pelos guias em Auschwitz, o campo foi mantido para que as pessoas saibam do que aconteceu e não deixem a história se repetir.


Muitas pessoas vão até Cracóvia, na Polônia, para conhecer o campo de concentração de Auschwitz, que fica há uma hora de distância de ônibus de lá. E foi com essa intenção que também incluí a cidade no meu roteiro, queria ver de perto essa parte que infelizmente está na história.


A visita guiada começa com um vídeo no ônibus até chegar ao campo onde já vamos assistindo um vídeo contando um pouco sobre a história dos horrores que aconteceram por lá.


Ao chegar e se deparar com a entrada, já começa a vir a tristeza, pelo clima assombroso do lugar. A foto abaixo é da entrada de Auschwitz, a frase significa “O trabalho liberta”.


A guia vai nos contando tudo que acontecia por lá e o que havia em cada prédio enquanto vamos andando sem saber o que ainda nos espera.


Ninguém consegue esboçar um sorriso tímido (que seja ao pedir desculpas por um esbarrão), a guia tem cara de abatida e fala com muita tristeza sobre tudo, todos estão com o semblante sério, perplexos de ouvir o que ela conta. As cercas com arame farpado estão por todos os lugares e o frio (a temperatura esse dia era de 2ºC) deixa tudo ainda mais triste.




Quando estávamos entrando em um pavilhão, um grupo estava saindo pela porta ao lado e vi quatro amigas saindo aos prantos abraçadas. Ao entrar comecei a entender o porque elas saíram chorando de lá e a vontade de chorar começou a vir em mim também.


Primeiro, uma foto mostrando de onde eram trazidas as pessoas até Auschwitz e os números com a quantidade de pessoas vindas de cada lugar. No total, estima-se que um milhão e trezentas mil pessoas (1.300.000) morreram ali.

Em seguida, a visita começou a ter objetos que restaram da época que o campo funcionava. A primeira coisa que vimos foram muitas latas que restaram abertas do gás tóxico que era utilizado na câmara de gás.




A visita vai continuando e a guia nos explica que assim que as pessoas chegavam ao campo, os nazistas confiscavam todos seus pertences, raspavam as cabeças, tiravam suas muletas ou próteses, arrancavam os dentes de ouro e separavam cada item para depois comercializar ou reaproveitar. Em seguida, separavam em duas filas as que iriam direto para a câmara de gás (normalmente crianças, grávidas, idosos e deficientes) e as pessoas que seriam mantidas como prisioneiras. Para essas era entregue um uniforme (que ficou conhecido como pijama por causa do filme O Menino do Pijama Listrado).


Os cabelos eram utilizados como enchimento para colchão, os dentes de ouro eram vendidos, e assim sucessivamente. Começamos a nos deparar com montanhas de cabelo, malas, sapatos, próteses e muletas, objetos de cozinha, pentes, roupas de criança. Meu estômago embrulha só de lembrar. A imagem de uma trança feitinha é a primeira coisa que me vem à cabeça ao lembrar deste lugar.


Nas fotos abaixo, um pouco destes objetos que estão expostos por lá como cabelo, óculos, próteses e muletas, utensílios de cozinha, malas, roupas de bebê, objetos de higiene pessoal e sapatos.


Em seguida, passamos por um corredor com várias fotos de prisioneiros, e essas duas fotos me chamaram a atenção, são irmãs gêmeas que nasceram em 1927 e foram levadas ao campo de concentração em 1943, com 15 anos de idade. O semblante de pavor das duas é de arrepiar.




Saímos deste pavilhão e fomos continuar a visita, chegamos próximos às cercas elétricas, e pudemos ver as guaritas onde ficavam vigias.


Depois passamos em frente ao pavilhão onde existia um hospital para experiências humanas (foto abaixo), onde mais de 1500 pessoas foram utilizadas como cobaias em testes. Os médicos injetavam corante nos olhos para ver se mudavam de cor, costuraram gêmeos para tentar simular se seria possível criar gêmeos siameses, dissecavam vivas mulheres grávidas para fazer estudos, entre várias outras barbaridades.




Em seguida, fomos até um local onde as pessoas eram executas por fuzilamento. Na foto abaixo, as duas colunas de madeira são o local onde as pessoas eram amarradas para serem executadas. É muito triste imaginar o desespero das pessoas neste local.


Várias homenagens são prestadas às vítimas através de flores e velas no fundo deste pátio.



Em seguida, fomos conhecer por dentro da câmara de gás, a foto abaixo é a entrada de lá.



Depois fomos conhecer os pavimentos onde as pessoas dormiam, que são esses galpões grandes da foto abaixo. A guia explicou que muitos deles morriam de fome (eles basicamente passavam o dia com um pão bolorento, salsicha feita de cavalo com sarna, margarina e meio litro de sopa, totalizando 700 calorias diárias), esgotamento, por doenças como tifo, tuberculose, além das experiências médicas.


Dentro do barracão, essa construção de concreto era o local onde eles tomavam banho em conjunto. As pessoas entravam nesses círculos, a água ficava parada ali e era trocada mensalmente. Eles não tinham sabonete ou qualquer outro produto para higiene pessoal, tinham apenas dois pares de uniformes e de roupas íntimas.

A mesma água usada por mais ou menos 40 pessoas para tomarem banho juntos por um mês! Muito triste! Por isso também o alto índice de contaminação por doenças lá.



Eles dormiam nas “triliches” da foto abaixo, onde em cada andar dormiam 5 pessoas juntas diretamente na madeira. Já as que passavam a noite em baixo, dormiam diretamente no chão.




Essa era a outra entrada do campo, onde os prisioneiros vinham todos amontoados em vagões de trens. Minha cara não mente o tanto que eu estava chocada com tudo que eu tinha visto...




O vagão de trem abaixo é original da época.




Terminamos a visita e voltamos para Cracóvia bem tristes, no ônibus ninguém ousava conversar, todos estavam abatidos e em silêncio. Essa visita foi chocante pra mim, por isso decidi compartilhar para que todos deem mais valor às suas vidas e não deixem a história se repetir de maneira nenhuma.


Tudo isso se originou por preconceito aos judeus e hoje em dia com tanta discriminação dói pensar que as pessoas ainda não aprenderam que todos somos iguais.

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